PROJETO DE LEI:

1364/2020

EMENTA:

Declara Abelardo Germano da Hora como Patrono das Artes Plásticas de Pernambuco.

TEOR:

Art. 1º Fica Abelardo Germano da Hora, Abelardo da Hora, declarado Patrono das Artes Plásticas de Pernambuco. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Justificativa Abelardo Germano da Hora nasceu em São Lourenço da Mata, Pernambuco, no ano de 1924. Foi Escultor, desenhista, gravador, ceramista e professor. Aluno do curso livre de escultura da Escola de Belas Artes de Recife, a partir da década de 1940, realiza vários trabalhos em cerâmica para o industrial Ricardo Brennand, com temas relacionados a frutas e motivos regionais. Em 1946, participa da criação da Sociedade de Arte Moderna de Recife (SAMR), que dirige por quase dez anos. Durante a década de 1940, o artista realiza gravuras com temática social, presente também nas esculturas. Funda, juntamente com Gilvan Samico, Wilton de Souza, Wellington Virgolino, Ionaldo, Ivan Carneiro e Marius Lauritzen o Ateliê Coletivo, que dirige entre 1952 e 1957. Nesse período, Abelardo da Hora passa a produzir várias esculturas para praças do Recife, representando tipos populares. Durante a década de 1960, exerce várias atividades, entre as quais: diretor da Divisão de Parques e Jardins, secretário de Educação e diretor da Divisão de Artes Plásticas e Artesanato, em Recife. É o fundador do Movimento de Cultura Popular (MCP), na mesma cidade, que abrange, além das artes plásticas, música, dança e teatro. Publica, em 1962, o álbum de gravuras Meninos do Recife. Em 1986, é criado o Espaço de Esculturas Abelardo da Hora, pertencente à prefeitura de Recife. Abelardo da Hora apresentava a temática social em muitas obras, detalhe em que é visível a influência da obra de Candido Portinari. Na xilogravura Meninos do Recife denuncia a miséria por meio da representação de crianças esquálidas, apresentando afinidade com o realismo e o expressionismo. A mesma temática social é revelada em suas esculturas, realizadas em bronze, mármore e principalmente em cimento, material escolhido por seu caráter duro e áspero, que acrescenta um grau de sofrimento às figuras. A partir da década de 1950, o artista produz várias esculturas para praças do Recife, nas quais revela o interesse pelos tipos populares, inspirados na cerâmica artesanal, de formas arredondadas, reiterando a admiração pela obra de Portinari. A temática social permanece em trabalhos bem posteriores, como em Desamparados e Água para o Morro. A sua criação possui importante papel na renovação do panorama artístico pernambucano, integrando, em 1946, a Sociedade de Arte Moderna de Recife (SMAR), com o propósito de criar um amplo movimento cultural, abrangendo as áreas de educação, artes plásticas, teatro e música. A partir dessa associação, é criado em 1952 o Ateliê Coletivo, uma oficina que ministra cursos de desenho, da qual participam nomes representativos em Pernambuco, como Gilvan Samico, José Cláudio e Aloísio Magalhães, entre outros. Em 2014, faleceu na Capital de Pernambuco. Solicito o apoio dos Nobres Pares na aprovação deste Projeto de Lei.

SITUAÇÃO: